quinta-feira, 18 de junho de 2015

ETEC e Prefeitura Municipal de Ibaté realizam o 1º Seminário de Cultura Afro Brasileira


Nessa quinta feira a cidade de Ibaté receberá o 1º Seminário de Cultura Afro Brasileira. Esta iniciativa é resultado da matéria de Ética e Cidadania Organizacional de Professor  Luiz Antonio Meneghelli que integra Curso de Técnico em Administração da Escola Técnica (ETEC) de Ibaté. No evento além da  apresentação do Grupo de Capoeira do Centro de Formação Artística Anna Ponciano Marques e autoridades locais, haverá apresentação do Grupo Sankofa da cidade de São Carlos e palestras com os pesquisadores e ativistas do Movimento Negro: Danilo Lima integrante do Educafro/SP, entidade que oferece cursinhos pré vestibulares e bolsas de estudo em escolas e universidades particulares na cidade de São Paulo, graduando em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos/UFSCar e Conselheiro de Juventude na Cidade de São Paulo; Carmelita Silva, militante e professora de Dança na Cidade de São Carlos e integra a Secretaria de Educação da Cidade de São Carlos; Vanderley Garcia da Silva, curador da Exposição Fronteiras do Brasil; David Narcizo, ator, educador social, produtor e gestor de cultura, estudou Artes Dramáticas, História, Ciências Sociais e hoje Gradua em Teologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) na cidade de São Paulo, trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social na cidade de Santo Amaro.

O Seminário é realização da Escola Técnica(ETEC) com apoio da Prefeitura Municipal da Cidade de Ibaté e tem como finalidade divulgar a existência da lei 10.639/03, que obrigatoriza o ensino de história e cultura africana e afro brasileira no currículo da educação básica. Essa lei é resultado de uma grande luta do movimento negro para inclusão do negro nas diversas instancias social, como territórios de educação e saberes, territórios produtivos e de trabalho, territórios políticos e de direito e territórios de valoração de saberes.
A entrada é gratuita e acontecerá no Centro de Referência do Idoso de Ibaté situado na Rua Joao Alteia, 290 – Jardim Menzane à partir das 19h.

sábado, 7 de março de 2015

Mulheres que passaram por mim...

Desde que lembro por gente, lembro de coisas simples da minha vida no interior de São Paulo. As peripécias nas árvores, lajes das casas dos outros, as arteirices em construções abandonadas ou em andamento, os canos expostos pela erosão que arrebentávamos na pedrada, a água espirrava pra todos os lados e nós pulávamos debaixo d'água. Quando meus pais perguntavam quem quebrara o cano da rua, dizíamos todos molhados que não sabíamos, inventávamos as histórias mais esdruxulas e mais bizarras historietas pra tentar esconder o que já estava na cara. A rua toda ficava alguns dias sem água e nós eramos os culpados pela tremenda façanha.

Estudei na creche de Ibaté. Era muito bom. Ainda na minha mente tenho espasmos de lembrança de coisas que lá eu  fazia. As brincadeiras, as danças e músicas infantis que eu ouvia. Algumas pessoas que passaram por esse momento da minha vida. Lembro da diretora da creche. Eunice… tínhamos muito medo dela mas com o tempo, eu percebi que tinha um carinho e amor tão grande por ela.

Boa parte da minha infância passei na casa da minha avó. Hoje tenho orgulho de dizer que sou “criadão com a vó”. Gíria comum do interior para os garotos meio tontos. Minha mãe trabalhou a minha infância inteira com trabalhos ligados à área da saúde e eu e meu irmão mais velho ficávamos na casa da minha avó de onde, quando minha mãe saia de casa, passava, nos pegava e levava pra casa. Vezes até muito tarde da noite passávamos em lugares escuros, pois trabalhava e com o salário, ela tentava auxiliar nas despesas de casa. Minha avó nos limpava, banhava, alimentava, ensinava, acarinhava, cantava e até no final do ano ou em dias de santo, nos levava pra viajar na Aparecida do Norte ou Tambaú. Nessas viagens, ela nos empanturrava com todas as guloseimas que queríamos. Já íamos no ônibus se entupindo de lanches, biscoitos e refrigerantes. A barriga dos guris chegava a doer com tanta comida.

Na fase adulta já.... era um “Jovem Senhor” aos dezoito, dezenove anos estudei em Araraquara. Fazia aulas de teatro num curso profissionalizante em arte. Passamos por vários espaços públicos da cidade de Araraquara, do porão da biblioteca e do arquivo municipal à Casa Luiz Antonio e Escola Iracema Nogueira. A coordenadora do curso era a Edna Portari. Uma senhora muito sabida que trazia uma postura firme e rígida. Durona a nega!! Não tinha marmanjo que botava a cara com ela. Era baixa em estatura mas grandiosa em atitudes, caráter e coração. Me ensinou os caminhos dentro da arte e da vida artística a seguir e me lembro até hoje quando no final do curso, lhe disse: “Agora eu já tenho um sapato…”

Hoje, já com uma visão crítica do mundo venero mulheres feministas como Sara Winter e Lola Benvenute, mulheres Negras do meu círculo atual ou de tempos passados que há muito estão na batalha da vida, no Hip Hop e na trincheira do movimento negro como Catiara Oliveira, Ivani Oliveira, Andresa Leia de Andrade, Ana Paula (N’Zinga) essa que me ensinou a dar meus primeiros passos na reflexão sobre a questão negra, falo dessas mulheres pelo fato de levantarem a bandeira de uma ideologia e lutarem no cotidiano por um mundo melhor não só para mulheres ou para @s negr@s, mas lutam pra que haja uma sociedade aberta à discussão e à reflexão sobre as diversas desigualdades.

Em minha vida passaram muitas mulheres que marcaram completamente e não caberia dizer detalhes delas aqui como Teca da Biblioteca de Ibaté, Daniela Gomes, Sabrina Abraão, Karen Caires, Patricia Scarabel, Elaine Oliveira, Gisselda Angelica, Doris, Wendy Palo, Bianca Aurora, Mariangela de Lello Vicino(em memória), Mércia de Carvalho, Bruna Araujo e tantas outras que passaram por mim e fizeram a diferença.

E por fim, nesse dia 08 de março, nunca esqueceria de quem me fêz gente e um sujeito de bem… quem me botara na vida e abriu as portas e luzes do mundo… quem me deu muitos safanões quando fazia as mais variadas presepadas do mundo… quem me ajuda no aperto e fica repitindo que me ama direto e eu todo troncho digo: “pára de viadagi”... (risos)...

à Mãe!!


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Câmbio… A Trajetória de um grande Herói

É certo que depois que as pessoas se vão, viram heróis, mas há pessoas que são batalhadoras e vorazes em vida também e é dessas pessoas que eu gosto de falar! Gosto de ver os pontos lindos das pessoas e em suas atitudes, pensar o por que fazem as coisas como fazem. O que cada pessoa pensa e como pensa e como são suas respostas físicas dentro da sociedade. Não existem santos! Existem heróis!!!


Eu sou boêmio! Gosto da noite e odeio acordar cedo! Tenho o costume de dizer que na noite você conhece as verdadeiras pessoas e em noites dessas conheci um grande homem! Quem é da noite ibateense com certeza já foi abordado pelo Wey! Não sei o nome dele até hoje, mas lembro-me de cada vez que o encontrava. Lembro uma vez que ficamos conversando por um longo tempo num bar no Jardim Menzane. Foi uma longa conversa e ele me dissera que era caminhoneiro por um longo tempo o que justifica o seu sempre “Câmbio”, jargão sempre usado.


Era feliz, gostava de cantar e várias vezes na madrugada na praça do Menzane quando regados de vinho, vodka ou outra bebida forte qualquer, isso por que o tipo de bebida dependia do momento do mês que estávamos, ele aparecia. Cantarolava algumas músicas e sempre saia.


Lembro outra vez que o encontrei num bar no centro do cidade. Conversamos por um longo tempo também e nesse dia, riamos muito lembrando do dia em que ele foi trancado no banheiro do mesmo bar e o dono, ao precisar voltar altas horas da madrugada, ouviu os berros do Wey dentro do banheiro. Rimos de mais também pelo fato de eu mesmo haver dormido no banheiro do mesmo bar. Ria-se muito estando do lado do Wey, sinônimo de alegria e felicidade.


É, mas infelizmente a vida nos prega algumas peças e tira as lindas rosas do canteiro. É a coisa mais natural da vida e temos que aceitar… Aceitamos sem gosto, mas Aceitamos! Way se foi e prefiro lembrar das coisas boas. Das piadas. Das músicas. Das gargalhadas. Dos câmbios. Deixo no passado seus tombos. Seus machucados e ematomas que a madrugada deixou. Falo disso por que eu também trago minhas cicatrizes da madrugada e da boemia!


Way se foi, deixou nosso jardim pra iluminar nosso céu e brilhar lindamente com muitas cantorias e “cambios” em outro lugar!

Cambio… Desligo!!!

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Vou botar meu bloco na Rua

Há quase 3 meses na terra da garoa, percebi que essa cidade é festeira. Todos os dias tem alguma coisa pra fazer e a gestão pública sempre coloca atividades gratuitas para a população. Atrações belíssimas e “di gratis”.

A cidade está completamente movimentada nesses dias de carnaval que seguirá até o dia 22 contam, além da programação na Sapucaí, milhares de blocos pela cidade. Em todas as regiões há milhares de pessoas pelas ruas pulando, gritando, dançando, bebendo, fumando, cheirando, curtindo, sorrindo, feliz! Pra economia da cidade está sendo de mais. Há blocos de tudo, soundy sistem, música eletrônica, machinhas, reggae, axé, funk, etc. Há pra todos os gostos e desejos e sabores.

Estive em 3 blocos no bairro República. Passei pela Praça Roosevelt, lugar onde eu sempre estou pelo fato de haver um grande fluxo de artistas e intelectuais, o pessoal da Casa Fora do Eixo e artistas de circo fazendo malabares, o pessoal da Escola São Paulo de Teatro, é lindo. Passei por um bloco perto do Metro República e numa praça que já nem lembro o nome. A prefeitura coloca um caminhão de som e a galera vai seguindo o caminhão em comboio.

Hoje novamente irei, claro que passarei pela Roosevelt, Anhamgabaú, Viaduto do Chá, Paulista e pretendo voltar só quando clarear, claro, com tantos confetes e serpentinas, impossível não colocar meu bloco na rua.

Programação completa dos blocos de carnaval de São Paulo




https://www.facebook.com/events/884475598271638/?ref_newsfeed_story_type=regular&fref=nf

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Em terra de Coroné, Cientista político é arame de cerca...

Minha rede social ficou enfestada por manifestações referente ao aumento de salário dos vereadores de Ibaté. Em algumas inferências, me manifestei, porém, aqui terei mais liberdade pra falar da forma que eu penso e dar os palpites cabíveis quanto a essa atual conjuntura do momento político da cidade de Ibaté.

 Antes de mais, faz se necessário lembrar de Maquiavel, claro que imagino que não haja 1 vereador ao menos que tenha este livro em sua cabeceira (duvido que 1 único deles tenha lido mais que 1 vez) e eu tenho a ideologia de uma câmara toda composta por cientistas políticos… santa ignorância a minha! Mas então, Maquiavel sim apresenta o fato de que o Príncipe não se corromperia se tivesse uma boa fortuna ou fosse virtuoso. Nicolau Maquiavel (1469-1527), historiador e filósofo político italiano tinha plena razão do que dizia, porém ele não conheceu o mundo de hoje onde pessoas ricas procuram acumular ainda mais riquezas e isso o fazem suprimindo os direitos básicos de uma classe de cidadãos e também não conheceu  Edir Macedo, Silas, Feliciano, VaRRdumiro, Soares e com certeza esses “Renascerão” por muitos séculos e séculos… Maquiavel também não tinha a nossa visão, diferente dos dogmáticos é claro, da Igreja Católica e nesse ponto destaco que há diversos tempos da Igreja, mas por muitos séculos, o órgão mais corrupto foi de fato a Santa Sé. Se Maquiavel conhecesse nossos lideres religiosos e nossos ricos, com certeza comeria ou queimaria ou queimaria os escritos dentro de sua própria boca.

Em uma matéria de um jornalista da cidade no Portal Região em Destake, este que foi o único portal que tenho acesso que fale sobre o fato e suas versões, presenciei alguns discursos muito controversos sobre o que os vereadores pensam referente ao aumento e a postura do legislador. Um deles é a citação de Maquiavel onde não é nada cabível e que faz parecer que acham que devemos agradar os vereadores pra que não sejam corrompidos. Claro que o Brasil seja formado em meio há muita corrupção e não me venha achar que ela apareceu há 10 anos pois é desde seu nascimento, mesmo assim, temos que lutar por ministros justos, virtuosos e sinceros que não aceitam propina e nem se vendam para a corrupção. Ministros que mesmo sem receber, prestam um serviço de qualidade voltado exclusivamente pra população. É imcabível e totalmente infeliz essa fala.

Outra fala do mesmo Ilmo. Valdir Siqueira, pessoa que tenho muito apresso, mas não foi feliz no que disse, que merecia um bom salário por ajudar as pessoas. A cidade de Ibaté, como qualquer cidade brasileira, foi formada nas bases do coronelismo, coisa que não parou até o momento, visto que para ganhar as eleições em Ibaté, não é necessário uma boa campanha e um bom plano de trabalho e sim uns bons tostões de réis para comprar a clientela. E esses “velhos” vereadores (e até prefeitos) da cidade usam na cara dura essa prática de compra deslavada de votos esquecendo que suas funções é fiscalisar e fazer política pública. E por isso que não buscam apresentar um projeto que preste, mas se firmaram a fazer guias, pintar ruas e botar pacas de sinalização e uma oposição com plano de trabalho e derrubada do poder político, mas se alicerçam na corrupção e no roubo do direito público, assim, quanto mais miseráveis, melhor, pois facilita a compra aos turbilhões todos os cidadãos miseráveis da cidade (não só miserável de grana, mas também, miseráveis de alma) e mais, essa prática não é usada só pelo legislativo! Usam o salário pra comprar votos pra próxima eleição, mas não fazem política, coisa que foram votados pra o fazer! SERÁ??!!!



Por fim, meu posicionamento é que a Câmara de Ibaté mereça uma reforma e até melhores salários. Precisa de um corpo de imprensa pra informar a população e os vereadores terem verbas pra investir em projetos direto em seus territórios de votos trabalhando junto com as lideranças locais e atendendo diretamente a população, porém, pra que isso funcione, precisamos de mais cientistas políticos por que analfabetos e leitores funcionais nosso poder legislativo está cheio e isso é bom por que em terra de coroné, cientista político é arame de cerca...



obs: Notícia na integra no Portal Região em Destake

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Pré Lançamento do Filme do Sabotage: E até os vidros se foram…

Na minha adolescência escutava muito Rap Nacional. Era na fita mesmo que eu gravava dos amigos e colocava no walkman. Quando queria alcançar uma determinada faixa do álbum, colocava a caneta ou o dedo no buraco da fita e girava. Era um saco! Na época, aderira a moda da calça larga, camisa larga e um tênis super grande. EU era um “mano”. Tá certo que esse estilo me resultou diversas abordagens policiais, mas era muito interessante.


No meu “radinho de pilha”, tocava Facção Central,509-E, RZO,Racionais, Naldinho, Espaço Rap e Sand e Junior. Eu sei que você se perguntou agora e fêz uma cara de “AAAHH??”. Mas é sim, adorava “Quatro Estações” e outras que quando ouço, me lembro dessa época. É claro que eu me resolvi quanto a demonstrar meus gostos e não tenho mais problemas quanto a isso!


Nesse final de semana soube que o Sabotage, outro que também tocava no meu radinho, também gostava da Sandy cantando. Durante a minha adolescência tinha problemas em dizer que gostava de algumas coisas e ser tirado do grupo que eu frequentava, mas a vida seguiu e hoje não tenho problemas de dizer do que eu gosto ou deixe de gostar. Por falar em coisas que não gosto, eu não gostei da produção do pré lançamento do  filme O Maestro do Canão que conta sobre o Rapper Sabotage. Sinceramente, estava uma porcaria!


O evento aconteceu no  Auditório do Ibirapuera – Oscar Niemayer no dia 23 de Janeiro em São Paulo. Logo que cheguei, observei que o lugar era lindo. Arquitetura impecável, porém, o rol de entrada estava lotado. Olhando o biotipo das pessoas que lá estavam, eram em sua grande maioria, gente negra e pelo jeito de se vestir, do Hip Hop. Havia muitos seguranças na escada que dava acesso à sala de exibição e constatei que por lá, a maioria das pessoas que passavam eram de de pele clara. Estava lotada a casa, a estimativa de público era de 800 pessoas, mas no dia haviam 4000 pessoas segundo os dados das mídias oficiais e em pergunta aos que ali esperavam ver o filme motivados pela esperança de uma segunda sessão, haviam pessoas que ficaram desde a manhã esperando por entradas.


A leitura é simples. Um ídolo negro e expoente das ações do movimento negro com seu filme exibido no centro de São Paulo e com distribuição de ingressos fora do horário que os, também negros que habitam o território onde o Sabota foi criado e feito gente, bandido e rapper, não poderiam de fato, ver. Novamente, quando a cultura negra toma um status de notoriedade no mercado da industria cultural ou nas convenções, os próprios negros são excluídos em todas as instancias (geográfica, econômica, cultural e social).



Dessa forma, não ficou pedra sobre pedra que não fosse derribada. O rol do espaço lindo foi tomado por fumaça de gandja e peles pretas. Sabota se revirou na tumba e até o vidro se partiu e se foi como o véu do Templo Judaico depois da morte do Mestre Senhor…

Fotos do Evento:

obs: Fotos tiradas no rol de entrada e essa é a quantidade de gente que não conseguiu entrar na sala de exibição








Um video do momento: