sábado, 20 de dezembro de 2014

Papai Noel só desce em terreiro de Rico??

Estamos há 5 dias do Natal e quase em todos os natais eu lembro da frase do grande mestre e saudoso Plínio Marcos de Barros(1935-1999) no texto Quando as Máquinas Páram onde Zé, um proletário de fábrica desempregado diz pra sua mulher Nina, já grávida, que “Papai Noel só baixa em terreiro de ricos”. Essa, uma das frases que mais me marcaram tanto no “Máquinas” quanto em toda obra do Santista Mago.

Plínio quando aponta essa preferência do “bom velhinho” e, talvez, sua pretensão por casas ricas também faz alusão aos terreiros de umbanda e candomblé, naquela época ocupado majoritariamente por pobres, o que já não é nos dias de hoje; onde as entidades (Orixás, Caboclos, Caboclos e Exus) encorporam corpos humanos para fazer ações boas. Assim, Plínio relaciona o Papai Noel à uma entidade que se apodera de seres humanos e fazem suas boas obras.

Plínio Marcos passou pela ditadura do Estado Novo, ditadura Militar e pela ausência de programas sociais, passou pelos movimentos em prol dos direitos civis e viu os direitos trabalhistas serem conquistados pelos trabalhadores, pode ver o movimento de redemocratização e quando morreu, também percebera que na verdade houve uma nova forma de se fazer ditaduras, isso não só no Brasil, mas em muitos outros países do mundo (se não em todos).

Mas Plínio não viu!!!

Plínio não viu que hoje o Papai Noel desce sim em terreiro de pobres e que até desce mais que uma única vez e não só a noite, mas até em dias super ensolarados que pensamos que o Bom Velhinho já esteja meio pinel por usar coturno e roupas grossas num calor tão grande e em dias de chuva que até pensamos o por que não viera com lancha a vir num trenó?!

O que mais tenho visto nesses últimos dias são festas para moradores de rua e doações de roupas e presentes o que tenho grande certeza que também esteja acontecendo em abrigos pra crianças, favelas, periferias, presidios e hospitais. Ontem até presenciei doarem lanches de pernil (o qual estava delicioso), panetone e coca cola no albergue onde eu trabalho. O que há de igrejas e instituições religiosas, filantrópicas e dos direitos humanos fazendo ações para marcar os natais das pessoas mais desvalidas da nossa sociedade. Hoje vivemos o momento dos pobres do futuro que andam com roupas de marca, tem televisores de última geração, mas ainda vivem em barracos com esgoto a céu aberto e desigualdades geográficas. Muito mudou, mas ainda queremos os pobres o mais longe de nós e essas ações nos fazem pensar que sejam de fato pra isso, pra calar com comida a boca que grita seus direitos constitucionais. As formas que adquirem esses bens de consumo são das mais variadas possíveis, mas podem construir abstrações muito diferentes dos pobres da época do Plínio.




Porém, quando passar o Natal, não haverá mais Papai Noel, não haverão mais presentes, não haverão mais lanches de pernil com coca-cola, não haverão mais doações, nem festas. Ai, veremos os que sobreviverão para no próximo Natal, esperarmos novamente o Papai Noel descer em terreiro de pobre, mas não fazer mudança alguma no mundo de miséria que ele mesmo não quer consertar!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Banda de Ibaté faz show na cidade de Limeira

Tocar nas mais famosas casas de shows, ter um fã clube fiel e assíduo, gravar cds e ver suas músicas nas mais famosas rádios do pais e do mundo e poder despertar sentimentos em cada pessoa com suas músicas próprias que não saem da boca das pessoas é o desejo de todo e qualquer artista. Com a banda Velho Corvo da cidade de Ibaté não é diferente, trazem consigo o desejo do sucesso atrelado ao laborioso trabalho de artista, assim, tem conseguido alçar grandes vôos dentro do universo da música independente.

A banda Velho Corvo nesse domingo subiu num dos palcos mais importantes da cidade de Limeira onde já tocaram Edu Ribeiro, Teco Martins, Banda Gloria, Dead Fish, a casa KINGSTON UNDERGROUND que é um espaço alternativo que promove eventos de rock, hardcore, metal, rap e reggae.

O Festival Kingston Underground organizado pela própria casa levou a Banda Velho Corvo e outras sete, dentre elas, Ohana e Paralelo 38 a se deslocarem pela rodovia para participar desse grande evento com bandas da região de Limeira, sendo a Velho Corvo a única de outra região do Estado.

Para Alberice Lukas, integrante da banda, “participar de um evento em uma casa de show onde já passou artistas consagrados da música brasileira, além de ter um feedback positivo do dono da casa é um incentivo pra gente continuar fazendo nosso som e enfrentando horas de viagens”.


Assim, novamente Ibaté mostra que seus filhos trazem consigo muito mais que simples humanos, trazem felicidade!





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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Funk, Passinho, Romano e Montaigne - Da Liberdade de ser Funkeiro

Sempre entro em questões polêmicas dentro da minha rede social. Deveria aprender que isso não leva a nada e não produz conhecimento, claro que quando nos aventuramos a dialogar com pessoas que não tenham um mínimo de noção dos conceitos que estamos empregando.


Hoje, tenho 10 anos de vida na arte e no seu entorno além de não deixar de fazer as reflexões básicas do fazer artístico, da educação na arte, da sua valorização, da democratização do acesso e os mecanismos de fruição da arte. Posso dizer também que tive o privilégio de ter bons professores na academia que me deram as bases pra reflexão das relações sociais.


Tenho vista há muito tempo com uma certa frequência pessoas diminuindo o Funk, Passinho e dizendo não ser cultura, não ser arte, não ser isso, não ser aquilo, mas o bom de ter passado por algumas gerações é que aprendemos que tudo se repete num processo cíclico historiográfico. O que acontece com o Funk já aconteceu com o Rock, com o Jass, com o Bluess, com os movimentos artísticos da Era das Revoluções, com a Bossa Nova, com o Samba, com… com… com…


Quando os Gregos entravam em contato com os Bárbaros, diziam que a cultura grega era superior. Quando os Espanhóis entraram com contato com os Astekas, disseram que sua cultura era superior. Quando entramos em contato em “o outro”, temos como referência nossa própria experiência de vida, nossas subjetividades. Dessa forma, o outro sempre será diferente e inferior nas suas formas de relacionar imageticamente com o mundo. Esse tipo de posicionamento de dizer que determinada pessoa tem ou não cultura, que uma determinada manifestação é ou não arte é tão arcaico que eu teria vergonha até de pensar, de deixar passar pela minha cabeça. A pessoa mostra o nível de ignorância exacerbada e que nunca saiu das cadeiras iniciais da escola, mesmo que esteja num pós doutorado!


Conhecer um pouco mais do Funk e da Industria Cultural pro Mercado, faz um bem enorme e mais, entender que até Michel de Montaigne que “subiu” em 1592 já entendera que só o tempo dirá o que é ou não, o que será ou não um clássico, o que é ou não eterno, o que se manterá por muitos ou poucos anos e qual obra de arte ficará pra posteridade mostra a bestialidade do pensamento dum sujeito que desmereça o funk.


O Funk, nos seus mais variados seguimentos, além de ser um movimento de protesto, é reflexo na batida, nos movimentos e na letra da ancestralidade e da situação social, política e econômica da comunidade negra brasileira. É a forma que um determinado grupo, no caso, as periferias e favelas se expressam e se afirmam socialmente. É como manifestam suas subjetividades, criam seus signos e símbolos e nessa construção da mentalidade, forma no sujeito o seu “eu”, sua identidade. Diminuir esse processo é tirar a humanidade de toda uma nação e de seus ancestrais. É reproduzir um discurso eugênico relacionando um ser humano a bestas e imaginar que suas manifestações culturais, são bestialidades.



Cultura é um conjunto de signos e significados criados por um grupo social e nação para propagar seus valores e fortalecer sua identidade e, nessa geração, o funk tem o papel fundamental pra fortalecer e propagar isso. Tirar essa liberdade de ação é agir de forma totalitarista e ser contra todas as liberdades.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Pessoas invisíveis...

Hoje, com 28 anos, posso olhar para um pequeno passado, mas que já me permite ver algumas fases em minha vida. 

Olhando pra traz, dou valor a cada fase e cada momento que passei em minha vida. Cada ambiente de trabalho me permitiu ver, pensar e sentir uma parte do mundo, porém, mesmo depois de tudo isso, ainda me vejo como um eterno analfabeto pensante.


Hoje tenho tido a oportunidade de ver, através do meu trabalho, um Brasil que eu só via nos livros de matrizes esquerdistas. Sentir e ver de perto a luta interna do homem em busca de reafirmar sua dignidade mesmo que pra toda a sociedade ele não seja visto ou exista. Pra toda a sociedade, esses são seres invisíveis!


Pessoas que dentro de toda a sua vida, desenvolveram habilidades e foram por muitas vezes venerados pela mesma sociedade que hoje vira as costas e todo o auxílio se resume em comida, roupas velhas e um colchão sem lençol pra dormirem. Seres invisíveis…


Hoje atendo pessoas que por alguma peripécia da vida, não possuem casa pra morar, dinheiro pra financiar suas necessidades mais básicas e nem dinheiro pra poder realizar seus mais simples desejos. São pessoas invisíveis que são contadas na estatística ou servem de massagem de ego em dias de datas comemorativas, mas que não são vistos no resto do ano. Não são vistos quando sentem fome e reviram lixos pra poder se sustentar. Não são vistos quando se machucam ou quando sorriem. Invisíveis…


Vejo em algumas situações, pessoas com pavor, com extremo pavor a ponto de em menos de 1 ou 2 metros de distância tentar, numa rua super movimentada, atravessar a rua(preferir morrer pelos carros a passar por um local), abaixar a cabeça, fazer que não vê, aumentar a velocidade dos passos, etc. Ali, naquele ambiente você vê que as instituições tentam somente maquiar o fato de que não há políticas públicas, com algumas migalhas. As empresas, maquiam o fato de que não há trabalho, com algumas doações de produtos estragados, prestes a estragar ou com prazo de validade de poucos dias. As igrejas, com alguns pães com mortadela ou até um culto religioso a cada semana com alguns sucos em pó, o fato de que não amam essas pessoas como amam a si mesmos e muito menos como o Mestre os amou.


Ou seja, são invisíveis essas pessoas que só valem pra teses e dissertações nas mais diversas universidades, pra desvio de verbas, pra bicos de profissionais que não veem como objetivo de vida a qualidade de vida dessas pessoas.


Portanto, espero que um dia, seja vista as habilidades, a humanidade, as potencialidades e a vida dessas pessoas invisíveis que vivem excluídas da sociedade apodrecendo enquanto nós, a sociedade burguesa, pensamos que o mundo vai muito bem…

Por favor, abra os olhos e veja alguma dessas pessoas, ainda são pessoas esses que parecem... invisíveis!!!

Imagens:

https://www.google.com.br/search?q=crian%C3%A7a+suja+comendo&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=0emFVNDSKs3TgwTs2oHQCQ&ved=0CAYQ_AUoAQ#tbm=isch&q=mendigo+sorrindo&facrc=_&imgdii=E05DxfXjannOEM%3A%3BE9HrkjhUsCdxMM%3BE05DxfXjannOEM%3A&imgrc=E05DxfXjannOEM%253A%3BYqnHCJRC5R3V_M%3Bhttp%253A%252F%252F1.bp.blogspot.com%252F-WA0Zc9R-vEU%252FTjhIr9_PhdI%252FAAAAAAAAFUc%252FKlTK58yyi9U%252Fs1600%252F5078548527_2371ea57e0_b.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fsabrinatortellotte.blogspot.com%252F2011_08_01_archive.html%3B685%3B1024

sábado, 6 de dezembro de 2014

Esmaltes e Albergues não combinam...

Hoje é o dia de mobilização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres. Não sou feminista e nem faço panfletagem da causa, mas eu trago comigo uma cena que aconteceu comigo ontem e me chamou muito a atenção.

No meu trabalho servimos refeições para pessoas em situação de rua. Todos os dias passam cerca de 300 pessoas, a maioria homens, que se alimentam na instituição. De todos esses, 3 ou 4 são mulheres. Algumas vão com os maridos e crianças, mas a grande maioria são homens.

Ontem, dia 06 de dezembro, uma moça em situação de rua com rosto muito abatido foi almoçar e tomar banho. Eu a servi e ela me agradeceu com um sorriso que eu percebi que usara todas a suas força pra botar em rosto. Ela pediu que a cozinheira colocasse pouca comida, eu coloquei os pedaços mais gordos e grandes de carne em seu prato. Algumas verduras e ela foi até a mesa.

Duas moças a acompanhava. Moças do serviço social da Prefeitura de São Paulo, uma delas parou e trocamos algumas palavras enquanto a outra a seguiu até a mesa. Depois de algumas piadas que rimos risos forçados, a senhora do serviço social me disse que existia poucos albergues femininos aqui em São Paulo. Ela não disse números, mas que era muito difícil encontrar um ao menos, o único que tinha, estava lotado.

Os albergues servem para moradores de rua, viajantes que por algum impropério, necessita passar algumas noites ou até, viver por meses. Há situações específicas de pessoas que passaram o resto de suas vidas em albergues.

Mas a pergunta é: Por que não há uma quantidade igual ou  ao menos, satisfatória para alojar mulheres em situação de rua?

Em toda a história da humanidade, vemos as mulheres lançadas de casa por adultério ou por pais que não aceitam a gravidez de suas filhas, se houvessem albergues, essas mulheres poderiam ter uma estrutura mínima pra poder voltar e se reinserirem na sociedade.

Hoje, há mulheres que gostam de viajar com mochilas, mulheres que viajam pra estudar ou por algum impropério, necessitam pernoitar num albergue ou até, em situações de violência, ser uma saída pra essas mulheres.

Nesse retrato, novamente vemos que são os homens que tem mais esse previlégio. Dificilmente um homem é expulso de casa e se o for, com muito mais facilidade é inserido no mercado de trabalho, mas a mulher sempre explorada nos afazeres de casa desde a infância, sem esse equipamento do Estado, tem muito mais dificuldade de sair de casa e, se acontece algo do tipo, tem que viver de favores ou até se submeter a um homem que a “sustente”.


Assim, vemos que quem sempre necessitou desse equipamento não tem acesso a ele há muitos anos. Será que não há alguma combinação entre esmaltes e albergues, afinal, com certeza comporia um “look” muito melhor pra nossa sociedade.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Dia do Samba: O nosso partido é alto cadenciado por nossos ancestrais


Para um garoto negro brasileiro, dizer quando teve seu primeiro contato com o Samba é quase que impossível. Não que todos os negros saibam sambar ou tem um ritmo em algum instrumento percussivo e frequente todas as rodas ou casas de samba e acompanhe as avaliações das escolas de samba. É muito mais que isso, é trazer de geração a geração, naturalmente ser inserido nessa prática social, artística e cultural, o Samba.


Não estou falando dos pagodes da indústria cultural que são criados já com prazo de validade, mas daquelas músicas que já nem sabemos o nome. Daquele churrasco em família onde, com todo mundo bêbado e com seu tio já deitado debaixo da churrasqueira por não conseguir, ainda bem, levantar quando lá se prostrara depois de ingerir tudo que seja líquido, gasoso ou poroso. Daquele rebolado da prima ou da namorada do tio que ao toque do repique e do choro do cavaco, começara a bailar e você, no meu caso, homem, em pleno ápice dos hormônios da puberdade, sentira seu corpo responder de forma não comum e moralmente indevida, mas que não conseguira segurar.


Estou falando de saber que “Leonardo dava vinte e por que é que eu não posso dar dois”, estou falando da “semente jogada no meu quintal”, da “coca ai na geladeira”, mas mesmo assim, “deixa a vida me levar”, por que, “acreditar” que vamos pra sempre ver a Mangueira e numa roda de samba ouvir de novo Madureira e depois, já alegres, ir pro Vidigal ou, já protegidos por Jorge, para um pagode no Bixiga.


No outro dia, pegar o nome do infeliz que encheu ou saco ou ignorou a conversa fiada sem sentido ou da guria que não passou o telefone e botar na macumba nos pés da feiticeira e pedir uma quizumba pra derrubar o capiroto! Claro, aquele era um sonho meu e já que não aprendeu que nesse chão tem-se que pisar de vagarinho, vai ter uma faixa queimada na frente de casa pra toda a gente da favela ver! A menos que o infeliz seja de Ogum, vai ter que bater cabeça no congá e pedir proteção pro santo e, como eu sei que Jorge é da Capadócia, tudo vai terminar numa linda roda de samba!


Por fim, vamos seguir por que eu tenho que voltar pra casa com o trem das onze, minha mãe não dorme enquanto eu não chegar e ao chegar, vou mandar um watzap dizendo pra que não chorar neném.


Enfim, dia 02 de dezembro é o dia do samba e eu ainda lembro como aprendi a sambar, quando aprendi uma única batida no pandeiro e as brincadeiras com tam tam ou com balde.

Sim, o Show tem que continuar e vamos pra sempre sambar no fundo do nosso quintal por que o nosso partido é alto e o nosso choro é cadenciado  por todos os nossos ancestrais!

sábado, 15 de novembro de 2014

Banda Velho Corvo de Ibaté participará da Semana do Áudio Visual

Ibaté sempre foi um seleiro de artistas. Quem acompanha a vida artística dessa cidade, pode esbarrar com manobradores de motos, skatistas, pagodeiros, sambistas, violonistas e os modeiros de viola.


Na cena independente, temos algumas bandas de Rock e muitos artistas que preenchem bandas de outra cidade. Dentre esses, podemos destacar o trabalho da Banda Velho Corvo que iniciou seus trabalhos há alguns anos em Ibaté e hoje, com um trabalho ligado aos clássicos do Rock, tem andado por cidades da região.


Dentre os lugares mais expressivos, a banda participou do Encontro do Rock, evento independente com mais de 30 anos na cidade de Marília, no mês de agosto. A banda também comporá um vídeo documentário sobre bandas independentes da região chamado 5 Minutos de Fúria que com certeza O Palpiteiro irá acompanhar de perto esse momento.


No dia 19 de Novembro(próxima quarta-feira)a banda Velho Corvo participará da SEDA - Semana de Audiovisual, o maior festival colaborativo da América Latina realizada pelo Circuito Fora do Eixo e Casa Fora do Eixo de São Carlos.


O Evento será realizado no PALQUINHO/DCE UFSCar às 22h, a banda entrará à 0h.

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Confetes, Gliteres e muita Purpurina. Ser feliz aqui PODE!!!

Bia Karan, apresentadora na Parada Gay de São Carlos(16 de Novembro de 2014)

























Neste domingo 16 haverá a Parada Gay da cidade de São Carlos. Um dos maiores eventos culturais, entretedores e políticos do Brasil e do Mundo e acontece aqui na região (cidade ao lado).


Da minha adolescência até o presente momento, tenho visto uma satisfatória ascenção do movimento LGBT(na época, GLBT). Quem já não presenciou alguma atitude de exclusão em ambiente escolar, alguma piada ou atitude de exclusão em território público ou até, em ambientes privados, abertamente as atitudes homofóbicas? Quem nunca ouviu alguém dizer: Eu não sou Homofóbico, até tenho alguns amigos “viados/bixas/gays”?


Quando as minorias são problematizadas, da mesma forma que acontece com a pessoa que não sente a dor da ferida até alguém colocar o dedo, começam a aparecer as atitudes segregadoras.


Ninguém é Homofóbico até ter alguém na sua casa e família. Até ter que lidar com o garoto ou garota de 6 ou 7 anos que não se vê no próprio corpo. Até ter que aceitar o filho ou a filha trazer o companheir@ gay para o almoço do domingo. E aqueles pais que tem vergonha de apresentar o filho na roda de amigos do buteco ou do truco. Ou aqueles que afirmam a masculinidade ou a feminilidade da filha, mesmo que todo mundo já saiba da sua orientação sexual.


Aqui em Ibaté, vejo com muita satisfação como alguns homossexuais lidam com sua sexualidade e como fazem pra afirmar seu espaço dentro da sociedade. Ilustríssimos profissionais da fotografia, maquiagem, artes, teatro, cabelos, moda, eventos e até, acompanhantes. Pessoas que lutam com o preconceito de uma cidade provinciana e que fazem alguns engolirem a forma que socialmente expressam suas visões de mundo sobre o Sexo. Sujeitos que fazem, pessoas como eu, ter orgulho de fazer parte de seus círculos de amizade. Ver como historicamente algumas pessoas vem trazendo festas tradicionais onde até eu, dou saltos de alegria quando convidado a participar. É lindo!


Por isso, quando vejo esse grandioso evento acontecer em São Carlos, cidade também provinciana com mentalidade, mesmo com suas universidades, nada libertadora, e toda essa galera tomando as ruas e apresentando e mostrando que tem o direito de expressar seus desejos e anseios e direito de viver a sua sexualidade e principalmente, seu espaço no ambiente de trabalho, na família, na escola, educação, ou seja, na vida.


Por isso, mesmo com um mundo cruel e homofóbico, nesse domingo teremos e viveremos um dia com muitos confetes, gliteres e porpurina.

Tudo isso por que, ser feliz aqui PÓDE!





Documentário Meu Eu Secreto sobre Crianças Trans.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Dia Nacional do Hip Hop

Muitas cidades brasileiras com os diversos coletivos de juventude e movimentos populares e sociais de valorização da identidade do povo preto celebram nesse 12 de novembro o dia Mundial do Hip Hop. Algumas cidades só celebram a festa, outras já conquistou, por Lei, compor o calendário municipal ou estadual e outras, seus gestores nem sabem o que e pra que seja isso.


Há uns nove ou dez anos, em contato com uma das gestoras da minha cidade, eu tinha 17 ou 18 anos e começando a ter contato com arte e cultura e na época, estávamos com as discussões, nas grandes cidades, sobre a Conferência Nacional de Cultura, essa tal gestora com formação em artes, não aceitava o Grafit como arte. Em outro momento, já em 2013, em contato com um gestor de um importante equipamento cultural do Estado de São Paulo, num projeto de Grafit, ele abrira as portas pra um grande artista plástico para fazer um trabalho de formação na determinada linguagem pelo fato de não trazer “agressividade na obra”.


Ao que vemos, além do fato de termos gestores totalmente despreparados nos equipamentos culturais por nunca terem tido contato com a reflexão do universo artístico, também nos deparamos com gestores que desconhecem um mínimo das linguagens artísticas que deverá promover.


Estamos exatamente há 8 dias da maior festa e conquista do movimento Negro, mas ainda nos deparamos com o fato de que os jovens sejam os que mais morrem e desses jovens, a maior parte são jovens negros. O fato de vivermos ainda um grande momento de exclusão social aos negros em função das desigualdades geográficas, econômicas e políticas. Um grande preconceito e segregação aos que praticam as religiões afro brasileiras e o total desconhecimento das suas propriedades curativas. O fato de ainda sofrermos retaliações quanto às cotas em ensino superior, concursos públicos, cargos públicos por indicação e uma grande diferença entre os principais ocupantes de cadeiras em escolas públicas e privadas.


Dessa forma, com certeza muitos se perguntam pra quê um dia do Hip Hop ou até de Consciência Negra e a resposta é simples: As diversas Culturas Negras são as que mais agregam e nelas, onde mais, de forma lúdica ou reflexiva, os Jovens podem se deparar com uma nova expectativa de Vida.

Então, mesmo que ainda tenhamos muito trabalho pela frente, enquanto Movimento Negro tanto dentro da comunidade, do trabalho ou do o Estado, merecemos comemorar mais esta conquista, o Dia do Hip Hop!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Bença Padrinho - Das conquistas da gestão cultural nacional e os retrocessos municipais

Circulando pela internet hoje, me deparo com uma carta da Ilustríssima Marta Suplicy pedindo exoneração do seu cargo. Qualquer leigo saberia que essa exoneração seria simplesmente pelo fato de haver alguém representasse o PT dentro do Senado e não por inabilidade de gestão da Ministra e Senadora.

O processo da profissionalização da Gestão da Política Cultural no Brasil, iniciou com a 1ª Conferência Nacional de Cultura(2005), ainda na Gestão do Gilberto Gil, onde diversos caminhos para a gestão, foram propostos pelos gestores culturais e artistas. As resoluções dessa conferência, chegam à sua totalidade, quanto Política de Estado, nesse ano de 2014.

Essas leis marcam, entre outras coisas, o final do Coronelismo e dos Favores quanto ao fazer artístico e cultural. Hoje, as leis do Sistema Nacional de Cultura, o Vale-Cultura, a Lei da Cultura Viva, o Marco Civil da Internet, a Lei de fiscalização do Ecad, a PEC da Música, além do envio à Casa Civil, onde aguardam encaminhamento, o Direito Autoral e a Lei da Meia Entrada, marcam o final do processo iniciado nos movimentos sociais e populares e chega ao Estado como Política e possua amparo legal.

O que mais me chama a atenção é: Por que os Gestores Culturais ligados à Secretarias, Departamentos ou Divisões de Cultura de cidades pequenas não se valham desses mecanismos governamentais e não deem subsistência aos produtores locais e gestores culturais da sociedade civil dialogando de maneira mais participativa com a sociedade e comunidades locais?

A saída da Marta traz muita satisfação pelo fato de assegurar a continuidade das conquistas da esquerda dentro da política nacional,mas, esses avanços não chegaram nas cidades mais pequenas oque nos mostra que ainda temos muito trabalho.

Sem muitas delongas, mas não podemos ignorar que Ibaté não possua Conselho de Cultura, Gestão de Cultura com participação municipal, não teve a segunda e a terceira conferência de Cultura e, como anda a carroagem, não terá a quarta, que seria a segunda, não tem Política Pública atrelada ao CPF da Cultura (que duvido que saibam o que seja isso) e não há esforço algum por parte da gestão e da política publica municipal por implantar o Vale Cultura, uma das formas de movimentar a economia local, é pra nós artistas, gestores e produtores culturais, lamentável (nem vamos discorrer o processo de o contratação dos formadores culturais que se dão por contratação direta, sem edital. Das pouquíssimas ações que temos, nenhuma é assegurada pelo Estado.

Então, percebemos que pra que um artista consiga desempenhar seu trabalho, mesmo com as conquistas em âmbito Federal, na hora que entrar nos portões da pequena cidade, há que se dar a bença ao “Padrinho”.


E pra aliviar um pouco o stress, dois videos do Mazzaropi:



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Que a Justiça de Xangô não abandone este sertão

Como adepto das redes sociais que sou e se fosse por querer, o seria ainda muito mais pois é uma das formas mais fáceis e baratas de divulgar ideias e ter contato com as informações que, em muitos casos, é em tempo real.

No mês de novembro minha time line do facebook fica repleta de eventos ligados a valoração da identidade negra num cânone nacional dialogando com as questões de gênero e identidade. Amigos de diversas áreas do conhecimentos todos numa militância conjunta divulgando as ações, ideias, eventos e posicionamentos.

Ter um dia num mês onde os movimentos sociais estão todos amparados por lei e, nesse mês, poder promover ações nas áreas de educação, economia, meio ambiente, trabalho, cultura, artes, etc e trazer tanto a comunidade negra quanto aos brancos e fazer com que nós, negros não sejamos vistos simplesmente como uma estatística de violência, mas como sujeitos fazedores e construtores de uma nação, é de extrema valia.

Porém, ainda há cidades que nunca tiveram um único momento em toda a sua história onde esse território e ambiente fosse aberto. Cidades que esquecem de alimentar as reflexões dentro dos Conselhos da Comunidade Negra. Cidades que não aplicam a Lei 10 639. Cidades que a comunidade negra não é vista e não tem direito a voz.

Porém, o que mais nos traz desgosto é viver nessas cidades, onde a gestão pública não valoriza as conquistas da comunidade negra. Que o vinte de novembro é esquecido, que o 13 de maio não é debatido. Que os departamentos e secretarias de cultura valem-se do poder do Estado só pra alguns eventos espalhados pelos anos que a Cultura e a Arte não são o carro chefe, mas sim, propagam uma Cultura de Massa atrelada a politicagens e crescimento econômico  dos próprios bolsos.

Ao viver em cidades desse tipo, só nos resta o desgosto de saber que sua história e seu povo vivem no esquecimento e por fim, só resta a esperança que a justiça de Xangô seja feita nesse sertão.

Na música Oyá de Carica/Santiago belamente interpretada pelo cantor Péricles pode-se ver e sentir as sensações do povo preto:


Imagem:
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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Se é pra ter mais emprego, então já tá muito bão


Nos últimos dias Ibaté foi tomada por uma turba ensandecida. Primeiro em função do possível atraso do ordenado dos servidores públicos da cidade e depois, sobre a criação de cargos dentro da câmara municipal dos vereadores.


Quanto ao pagamento, o caso já está concluído e não me aterei sobre essa questão, claro que é sabido meu posicionamento de que quem fez a criança que deve assumir o sustento da cria, mas, como sempre acontece em nossa cidade, tanto o monopólio do poder, quanto o lançamento de culpa a todos os lados que não seja o seu principal mentor, é o que novamente acontece.


Referente aos cargos, devemos ser sensatos e afirmar a sistemática ineficiência da Câmara dos Vereadores de Ibaté, como todos os tentáculos do Estado (Conselhos, Planos, Fundos, Sindicatos, Departamentos e Poder Legislativo), no âmbito municipal, só servem pra cumprir a tabela. Os departamentos não tem autonomia, os conselhos não são votados pela população, mas indicados pelo Executivo e o Legislativo, assim como esses mecanismos que deveriam prestar um bom serviço à população, só servem pra assinar ou cumprir as leis que cabem participação da sociedade civil.


Dessa forma, pensar a criação de cargos que são de extrema necessidade pra população ibateense, chega a soar como uma grandiosa piada do Danilo Gentili, ou seja, provoca risos, mas não tem graça.


Ao que vejo, nossos vereadores precisam se profissionalizar tanto intelectualmente, quanto à ferramentas pra que possa atender melhor a população, ou seja, necessita de uma sala própria, por que não dá pra sermos atendidos na calçada ou nos corredores antes das sessões, uma relação de horários que os vereadores estarão disponíveis em seus gabinetes (inexistentes) pra nos atender, um assessor de imprensa que também seja versado em política pública e um orçamento pra poder financiar todo esse processo de informação ao cidadão e fiscalização do Executivo.

Porém, ao que vemos há muitos anos é uma grandiosa busca do poder Executivo por deslegitimar o Legislativo e tirar os mecanismos pra que ele trabalhe, assim, com maior poder, seus mandos e desmandos tem poder de Lei e a política ditatorial seja cada vez mais latente no território municipal. Mas para o cidadão ibateense, que vive numa cidade com poucos empregos e expectativa de renda, quanto mais serviços criados, será com certeza, muito melhor.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

De Filósofo e Cientista, todo mundo tem um pouco… Será??


Ainda estamos sentindo o enjoo das eleições. Os de esquerda por não ter um governo com o interesse completamente voltado para a maioria e as minorias e os de direita, por não ter uma economia com um Estado que não interfira no Mercado, mas todos tem com, certeza a sensação de que poderíamos viver num pais mais justo.

Dessas eleições, que marcarão a história política do pais, não posso deixar de destacar os diversos sujeitos que, com a desculpa de “liberdade de expressão” apresentaram de maneira insensata e em alguns casos, burra, suas pretensões políticas e candidatos. Figuras como Danilo Gentili, Lobão, Nando Moura e alguns que metralharam ou infestaram as redes sociais com vídeos, imagens e discursos, em muitos casos, com discurso de ódio e agora, depois do pleite político e volta do Governo PT e Dilma ao poder executivo nacional, chegamos ao ponto de busca por divisão do pais e um grande grupo de pessoas pensando que só o Estado de São Paulo e Sudeste e Centro Oeste conseguiriam movimentar e sustentar um pais e até um inpeachman.

Dentro desses fatos acontecimentos, nem um pouco satisfatórios, chegamos ao estudo de Gardner onde ele chega a conclusão de que todo individuo pode desenvolver uma série de habilidades desde que seja estimulado pra que tal aconteça, dessa forma, pessoas diversas serão estimuladas no decorrer de sua vida e virarão Atletas, Artistas, Engenheiros, Médicos, Advogados, Motoristas, etc.

Mas os que não foram estimulados? Claro, não conseguirão desenvolver um determinado desempenho numa determinada área, porém, o farão em outra. Natural!

Portanto, pra uma pessoa discorrer sobre um determinado assunto ela deve se valer de um repertório de informações dentro daquela determinada área. É impossivel que uma pessoa que formou-se em Ciências Humanas, discorra sobre Ciências Exatas com mais bagagem e destreza que uma pessoa formada em Ciências Exatas. Essa é a regra, salvo alguns casos raros.


Quando via e ainda vejo uma pessoa que nunca se importou em buscar os autores da Economia Política, História, Filosofia, Antropologia, Sociologia, Semiótica e Semiologia e no pleite político com a ideia de que era “A Sua Opinião”, apresentava discursos cheios de inverdades ou meias verdades para deslegitimar um determinado candidato logo me vinha à cabeça, bom seria que de humilde e sensato, todo mundo tivesse ao menos, um pouco!


David Narcizo